quinta-feira, 15 de abril de 2010

Teoria Platônica e Aristotélica da Beleza

Teoria Platônica da Beleza





- Para Platão, dentro da sua visão idealista do mundo e do homem, beleza de um ser material depende da maior ou menor comunicação que tal ser possua com a Beleza Absoluta que existe no Mundo das Idéias. Considerando que o universo para ele é dividido em dois mundos, undos das ruínas: este que temos diante dos olhos (morte/ decadência), e mundo das idéias: mundo das essências, do eterno e imutável, onde a Verdade, Beleza e Bem são essências superiores.

- A alma é sempre atraída pela beleza, pois sua pátria natural é o mundo das essências e por isso ela sente sempre saudade do outro- Beleza Absoluta. A alma sabe tudo, mas esta sofre uma decadência ao se unir ao corpo material, e se nós não a acompanhamos nesse conhecimento, nossa parte material faz com que a alma esqueça tudo aquilo que ela já contemplou no mundo das idéias. Umas são mais aptas a recordar que outras e por isso, quem se dedica à Arte ou à Verdade, recorda-se das formas absolutas contempladas no mundo das essências.

- O caminho místico, único apto para tirar o homem das coisas materiais é o amor. O homem deseja contemplar e se unir a beleza, o primeiro passo é a forma primitiva de amor, ou seja, apaixonando-se e desejando um belo corpo. Mas como a alma deste já viveu no mundo das idéias ele chega a conclusão de que a Beleza é a mesma em todos os corpos porque ela é oriunda da Beleza Absoluta do mundo das idéias. Acontece aí o fim da forma de amor egoísta que se prende a um só corpo, o amador passa a amar todos os belos corpos. Em um estágio superior, o amador percebe que a beleza da alma é superior à beleza do corpo, pois esta é sujeita a ruína enquanto que a beleza moral resiste ao tempo. assim pelo caminho do amor primeiramente físico e depois espiritual o homem se eleva a contemplação da Beleza Absoluta, da qual todas as outras menores participam, essa contemplação é uma recordação , a alma relembra realidades que contemplou em outra vida

- Teoria da Reminiscência: “A alma é imortal. (...) contemplou todas as coisas, existentes tanto na terra como no Hades, (...) não existe nada que ela não conheça. Não é de espantar que ela seja capaz de evocar à memória a lembrança de objetos que viu anteriormente e que se relacionam tanto com a virtude quanto com as outras coisas existentes. Toda a natureza, com efeito, é uma só, é um todo orgânico, e o espírito já viu todas as coisas. (...)”



Teoria Aristotélica da Beleza





- Para Aristóteles: a beleza de um objeto não depende de sua maior ou menos relação com a Beleza Absoluta. Decorre apenas de certa harmonia entre as partes desse objeto em relação ao todo. Para Aristóteles são características essenciais da beleza: ordem (harmonia) e grandeza- “A Beleza consiste em unidade na variedade”.

- Importância da idéia de harmonia é fundamental no pensamento aristotélico, por isso ele trata do Feio como uma desarmonia e inclui este no campo estético, contrário ao que pensadores antigos faziam. Uma grande contribuição de Aristóteles foi retirar do campo ideal a Beleza, tentando encontrar dados das coisas no próprio mundo real. Isso faz com que a Beleza seja uma propriedade do objeto e não algo recebido por uma entidade superior como afirma Platão.

- Aristóteles estuda a Beleza também nas repercussões que ela provoca no contemplador- “Beleza é o objeto que agrada ao sujeito pelo simples fato de ser apreendido e fruído.”. Aristóteles tentou uma definição objetiva do ponto de vista realista e sem recorrer a outra coisa para explicá-la que não o próprio objeto.

Ponto de desencontro: para Platão a Arte teria que se aproximar dos padrões do mundo das idéias, mundo sensível é apenas ruínas e sombras. para Aristóteles, Arte é representação superior do sensível e não reprodução imperfeita do Absoluto. Aristóteles planta os pés na terra e olha para as coisas, acreditando que a Arte devia imitar estreitamente a vida.

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